domingo, 10 de janeiro de 2010

I need to leave the bell jar now!
Essa redoma de vidro me cega e me torna incapaz de distinguir a realidade, dos contos fabricados por mim.
Preciso postar a carta de despedida mais uma vez para que eu possa lembrar disso todos os dias...

Querido,

Nós nunca fomos um começo. Ensaiamos um, mas jamais daria certo. Somos pessoas inflamáveis, que provocam danos irreversíveis. Você odeia a minha pose de rebeldia. Meus pensamentos são modernos demais pra você. Odeia o fato de não possuir nenhum controle sobre mim e "não" gosta da minha distração. Quer dizer, você até acha um charme o jeito como ando meio perdida e desajeitada, ou quando me desligo de tudo e as caras que eu faço quando não entendo nada; mas claro, você jamais assumiria. Sou o tipo de pessoa que você adoraria ter ao lado porque eu seria o seu desafio diário. Afinal, acho que você também não gosta de mesmice.
Entre nós há uma linha tênue de amor e ódio.

Você contrasta com tudo que eu gosto, mas ainda se salva porque gosta de música boa. Você é orgulhoso, metido, arrogante e prepotente, porém, sempre achei graça nessa sua marra infundada. Eu gosto do seu cabelo e te acho lindo! Isso sem falar no quanto você é inteligente. Às vezes em demasiado.
Já confessei alguns medos meus pra você, mas não gostava muito de te pedir conselhos porque eu sabia que você jamais diria o que eu queria ouvir.
Você é sinônimo de conservadorismo e racionalidade exacerbada. Você supunha e apontava os meus erros, fazia cara feia quando eu falava dos meus amigos e quando te contrariava. Você sempre me criticava, nunca elogiava."Não gosto disso, não gosto daquilo". Sempre cobrava, sempre dava ordens.
Infelizmente o encanto acabou - no seu caso, antes mesmo de começar porque acho que você nunca conseguiu sentir nada -.
Você tinha o dom de me tirar do sério pelas coisas mais inúteis e ridículas. Eu não aguento tanta firula! Completamente exagerado. E eu levava o rótulo de drama queen da história? Bem, admito, talvez eu seja um pouco melodramática, mas não brigava frivolamente.
O problema não sou eu - Não dessa vez -. O problema somos nós. Nós que somos incompatíveis demais! Quem diz que os opostos se atraem, certamente, nunca teve um relacionamento.
Se você fosse um pouco menos orgulhoso, quem sabe eu ainda assim seria sua e nós: o encaixe perfeito.

Engraçado, eu te conheço perfeitamente. Sei que quando nos esbarrarmos na rua você vai virar a cara e fingir que não me conhece. Tão previsível!
E Deus queira que isso não aconteça tão cedo porque seria, ao menos, uma cena patética.

Você precisava de um compromisso. Pelo menos é eu que acho, já que, depois dessa história toda, a primeira coisa que você fez foi arranjar uma namorada. Necessidade ou vontade? Pode ter sido amor à primeira vista. Who knows?

E eu? Ah, eu precisava de muito mais...

Eu quero alguém que prenda a minha atenção e não alguém que cobre por ela.
Preciso de alguém que tenha coragem de passar por todos os obstáculos que eu quiser colocar no caminho, mesmo que por capricho. Porque eu gosto de apreciar o perigo. Gosto de sentir à flor da pele. Gosto do que me tira o fôlego. Quero alguém que me faça tirar os pés do chão. Alguém que me dê asas e voe comigo!


Não sou cartomante. Não sei ler por entre linhas e não tive paciência para esperar você me dizer o que eu tanto desejava ouvir.
Meu coração é livre, mesmo amando tanto.
Acho que agora eu compreendo. Seja feliz, de coração!
E eu também vou buscar a minha felicidade.

Eis a nossa despedida...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Eu esperei tanto tempo por esse dia. Idealizei essa conversa como jamais havia feito anteriormente.
E no final das contas, foi exatamente o oposto.
O que te fez pensar que eu poderia ajudá-lo com os problemas do seu relacionamento atual enquanto NÓS ainda tínhamos problemas?
Não sei lidar com rompimentos e, pra mim, a nossa história estava muito mal resolvida.
Afinal, o que você queria que eu pensase? Você reclamava dos meus dias de "diversão" e e era o visitante número nos meus sites.
É claro que eu não entendi isso como um "não estou nem aí para você, então vá viver a sua vida e deixe-me viver a minha"!
No entanto, eu tentei seguir em frente. Tentei segurar outras mãos que não eram as suas. Tentei beijar outras bocas que não eram a sua. Mas as minhas mãos acostumaram-se com as suas e a minha boca só deseja a sua.
Como ousa dizer que eu sou egoísta? Você não pensou em mim sequer por um instante! Só estava preocupado com o SEU bem-estar. E no seu lugar, eu jamais faria isso.
Decifrar os seus pensamentos é uma tarefa impossível.
Você realmente esperava que eu ainda pudesse ser sua amiga? Você se manteve afastado por mais de 6 meses.
Dessa vez, a queda foi absurda, gigantesca. E esse é o preço que eu pago por ser tão intensa, por sentir teu amor em cada veia do meu corpo. Não sou de plástico. Tenho um coração!
Não sei quanto tempo será necessário para recuperar-me e "digerir" isso tudo.
E mesmo assim, eu continuo achando que você não fez por mal. Porque o cara que eu conheço não magoaria ninguém a troco de nada.
E mesmo assim, eu continuo desejando que você seja muito feliz.
E mesmo assim, eu continuo invejando a sua felicidade.
Quem sabe um dia eu consiga encontrar outro alguém que caiba nos meus sonhos.

What goes around comes around(?)

O tempo cura a dor? Será ele o antídoto mais poderoso ou somente um analgésico de efeito temporário?
O cruel destino cruzará novamente caminhos que um dia separou ?

Tenho pensado bastante sobre o amor. Não sei o motivo, mas sinto que as minhas concepções estão perdendo força.
Durante muito tempo, acreditei que o amor somente podia ser único, indelével e insubstituível.
Ainda concordo com parte disso, porém, eu tenho me permitido pensar que podemos ter mais de um amor nessa vida.
Esse pensamento contradiz todas as minhas crenças e é por isso que estou lutando para não me confundir ainda mais.
É tão complexo falar de amor. Não sei o que é, só sei que o sinto.

E essa separação tem durado uma eternidade. Eu preciso saber qual será o último parágrafo da nossa história.
Sou extremamente curiosa e a ansiedade me consome sem pudor, sem pena, sem arrependimento.
Aquele papo de congelar sentimentos deve ter sido da boca para fora. Não consigo ser tão cética!
Continuo esperando um resgate digno de último capítulo de novela...

Mal-do-século

O que fizeste comigo? Carregarei certas coisas para o resto da vida...
Sinto medo! Grito o seu nome, mas você não escuta. Nem poderia escutar - está longe, acompanhado, protegido e ocupado demais para mim -.
E as nossas lembranças, o que fizeste com elas? Juro que não entendo.
O que você quer afinal? Não lhe basta ter tirado o meu sossego? Já não durmo, não como, só bebo, e meu único alimento é a dor.
Estou frágil, sem forças.
Você é dono do meu corpo. De cada fio de cabelo e de cada lágrima. E o seu amor é o meu sangue, está em cada parte de mim,
E eu sou a única culpada por ter permitido que chegássemos a esse ponto?
Não, mas você é sempre o dono da verdade.
Então, diga-me, como conseguiste ser tão frio?
Provavelmente nunca sentiste nada e eu ando me culpando injustamente.
Em que nos transformamos?
Você seria capaz de dizer na minha cara que o que vivemos foi uma mentira, um conto inventado por mim?
Você está feliz dentro dessa jaula?
Você está feliz com essas algemas?
Consegue me sentir quando fecha os olhos?
Você ainda pensa em mim?
Por favor, diga-me! Preciso saber!
O que você fizeste com as nossas lembranças? Também quero jogar tudo fora, enterrar...
Você sequer lembra que eu existo. Mas eu ainda existo e estou sangrando!
Você pensa em como nos destruímos?
Você pensa em como nos tornamos tão solúveis?
Meus olhos vermelhos confessam que sinto sua falta.
As minhas olheiras comprovam que eu tentei sobreviver e dar a volta por cima. Tentativas inúteis!
O que sinto agora vai muito além de nostalgia, é superior à tudo e à todos.
Ainda estou esperando que você me traga a chave da solução, o presente mais valioso.
Eu preciso do meu antídoto. Depressa!