quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mal-do-século

O que fizeste comigo? Carregarei certas coisas para o resto da vida...
Sinto medo! Grito o seu nome, mas você não escuta. Nem poderia escutar - está longe, acompanhado, protegido e ocupado demais para mim -.
E as nossas lembranças, o que fizeste com elas? Juro que não entendo.
O que você quer afinal? Não lhe basta ter tirado o meu sossego? Já não durmo, não como, só bebo, e meu único alimento é a dor.
Estou frágil, sem forças.
Você é dono do meu corpo. De cada fio de cabelo e de cada lágrima. E o seu amor é o meu sangue, está em cada parte de mim,
E eu sou a única culpada por ter permitido que chegássemos a esse ponto?
Não, mas você é sempre o dono da verdade.
Então, diga-me, como conseguiste ser tão frio?
Provavelmente nunca sentiste nada e eu ando me culpando injustamente.
Em que nos transformamos?
Você seria capaz de dizer na minha cara que o que vivemos foi uma mentira, um conto inventado por mim?
Você está feliz dentro dessa jaula?
Você está feliz com essas algemas?
Consegue me sentir quando fecha os olhos?
Você ainda pensa em mim?
Por favor, diga-me! Preciso saber!
O que você fizeste com as nossas lembranças? Também quero jogar tudo fora, enterrar...
Você sequer lembra que eu existo. Mas eu ainda existo e estou sangrando!
Você pensa em como nos destruímos?
Você pensa em como nos tornamos tão solúveis?
Meus olhos vermelhos confessam que sinto sua falta.
As minhas olheiras comprovam que eu tentei sobreviver e dar a volta por cima. Tentativas inúteis!
O que sinto agora vai muito além de nostalgia, é superior à tudo e à todos.
Ainda estou esperando que você me traga a chave da solução, o presente mais valioso.
Eu preciso do meu antídoto. Depressa!

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